terça-feira, 12 de abril de 2011

Mais uma investida

Saímos de Içara com intenção de mais uma investida no Setor da Serrinha, desta vez vieram o Sapo de Laguna e o Bruno de Garopaba para ajudar nas conquista.



Chegamos cedo no setor, saímos as 4:30hs da manhã, levei eles para conhecer as vias e possibilidades de novas e voltamos, começou a chover e tivemos que ir para debaixo do teto.  Debaixo do teto existe dezenas de possibilidades de boulders e vias esportiva, a diversão é garantida.
                                                          Bruno analisando as linhas no teto

Antes mesmo de parar de chover eu e o Sapo entramos na via lepidópteros, via que comecei semana passada com o Tony, o Bruno teve que ficar embaixo só vendo e babando, ele se machucou antes de escalar, perdeu a unha do dedão da mão. Mesmo após a chuva a parede estava seca, o negativo final da via protege da chuva.
O Sapo guiou a 1ª cordada para se acostumar com o tipo de escalada e seguiu abrindo a 2ª cordada assim que subi limpando. Começou bem num chaminé em "V" bem estranha, a 1ª proteção é longe, um lance exposto, subiu mais uns 10m passando por um trecho com blocos grandes negativo até chegar num diedro, passou uma parte com peças pequenas, colocou duas peças bomba e desceu.














Eu numa parada móvel intermediária
Continuei após esse diedro por um outro chaminé de meio corpo num diedro com a borda arredondada e o final negativo. Para proteger tinha que ser bem pra dentro, nas pontas dos dedos. Do final do chaminé pra cima a fenda ficava de dedo e a parede muito negativa. Bati uma chapa para continuar a 3ª cordada em artificial até a P3.
Domingo antes do sol nascer já estávamos na parede, julmariamos até a P2 e o Sapo tocou pra cima em artificial, foram quase 3hs de artificial limpando a fenda para entrar os tcu's, micro nuts, rurp e pecker até bater a P3 no final da fenda. O rapel ficou até o chão com 2 cordas de 60m totalmente negativo. 










batendo a parada



limpando a via



                               uma peça de cima sacou e o pendulo foi grande, não passava uma agulha, hehehhehe
                        




rapel todo negativo



final do rapel


Graduação sugerida: D3 6ºsup VIIb E2/3 A2 60m toda em móvel, duas paradas duplas e uma simples equalizada com móvel, 1ª cordada de 15m, 2ª de 30m e a 3ª de 15m. Lembrando que a via precisa de repetições para chegar a um consenço da graduação. Não sei se a via vai parar por ai, dependendo do que tem pra cima dá pra tocar até o cume, mais 50m fixo.
Quem vai repetir?

Abraço.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Antes mesmo do início

A dita "temporada de montanhismo" ainda não chegou, com isso vem todo o perigo de estar na montanha em dias quentes. Temporais de verão fazem dos vales da Serra um verdadeiro avalanche de pedras soltas e árvores
sendo arrastados pela força d'água. E esse fenômeno não é raro, que estou falando apenas para assustar as criancinhas em casa, eu mesmo  prestigiei isso acontecer algumas vezes. Além do perigo das forças d'águas tem o risco de animais peçonhentos, o incomodo dos insetos azucrinando no ouvido do cara, aranhas e as queridas lagartas que sempre estão onde as pessoas colocam a mão ou se escoram, assim deixando a marca de sua queimadura na pele de lembrança do final de semana. 
Como a temporada ainda não começou e o meu corpo não suporta tanto tempo afastado da serra, dei uma volta pelo vale do Rio da Serrinha no carnaval. Com uma boa observada no tempo durante a semana e o acompanhamento das previsões, que quase sempre erra, passei o dia no vale abrindo a trilha até o setor da Serrinha. A trilha estava bem fechada, normal, e o mato já estava mais calmo, sem bixos a solta. 
Quase um mês depois, marquei com o Tony Provesano uma investida no setor, depois de 3 semanas frias marcando a entrada do outono. Saímos cedo para voltar cedo, e a ida nos rendeu uma nova via, bem próximo ao acampamento, show de bola. O Tony iniciou a 1ª cordada, tocou uns 15m e desceu, a via estava com muito galho seco na fenda, alguns lances tivemos que fazer em artificial para poder liberar as mãos, limpar e poder proteger. 




Continuei a cordada por mais 5m e parei num platô confortável onde bati uma chapeleta para a parada. 






Fiz um back-up da chapa e o Tony subiu para fazer o segundo furo. Mandei fazer 2 batedores pro Júlio de Tubarão e deixei o meu de exemplo, acabei ficando sem batedor na conquista e o Tony não levou o dele, tivemos que fazer os furos segurando na própria broca, fim de carreira. Por esse motivo, a dor de segurar a broca na mão e as marretadas nos dedos, o Tony teve que subir para fazer o segundo furo. Mas não adiantou muito nosso esforço, não sei como, mas o parabolt espanou a rosca, na hora do aperto já deu pra perceber que a porca estava solta, frouxa, no bolt, provavelmente algum erro de fábrica que trocaram a porca. Tivemos que parar por ali, pois todos os meus bolts, exceto o 1º que bati, estavam com a porca frouxa. A via lepidópteros parou com 20m, toda em móvel com peças similar ao camalot do 0.5 ao #5, e está com apenas uma chapa. De onde parou tem a opção de sair 3 variantes, com mais uns 40 ou 50m de via, a 1ª cordada ficou com graduação sugerida de VI E1, e como todas as outras vias no setor da serrinha, precisa de repetições para confirmar as graduações. O nome da via veio devido a grande quantidade de lagartas de borboletas, não perigosas, presas no chaminé que tem na parada.




    Tony limpando a via de segundo.

final da conquista

linha da via.



árvore no canto da foto está a P1.


                                                 Diedro da linha da via visto do rio.                   

Devido ao ruim posicionamento para bater as fotos, com muito mato na frente, pouco da via apareceu.
Agradeço a companhia do Tony,que estava na outra ponta da corda, e Narciso que foi nosso braço direito na conquista trazendo os equipos esquecidos no acampamento, fotografando e preparando a bóia.  

Abraço