quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Rio de Janeiro

    Não estava nos planos passar um tempo escalando no Rio quando o Bruno Alves me convidou e o Rafael Caon comentou comigo no encontro de montanmhistas que aconteceu na Barragem do Rio São Bento, entrada do vale da Serrinha.

2ª cordada da Chaminé Galotti

    A muito ouço o Bruno comentar, "vamos pra Salinas, tem muitas agarras na parede cara. Só não tem muita proteção né, maaas, fazer o que"...
   







Até que na primeira oportunidade que tive de parar por um tempo o trabalho no inverno eu liguei pro Bruno perguntando qual a data e horário do voo dele, pesquisei por vagas neste voo e consegui comprar a passagem. Imediatamente entrei em contato com a Nereida Resende na qual tinha trocado boas conversas tempos atrás e tive um rápido encontro no Marumbi no início do ano. Na hora ela confirmou dar uma mão na logística e, por minha surpresa, ofereceu a casa pra ficarmos lá, surpresa porque não conhecia bem aquele anjo.
Pedra da Gávea

visual da Pedra das Gávea
Chegar no Rio de Janeiro e ter alguém que pegue você no aeroporto, leve pra um apartamento que fica a 5 minutos de caminhada do metro, explique tudo sobre o apartamento, onde fica o mercado, banco, bar e por fim entrega a chave do apartamento em nossas mãos e diz "fique a vontade meninos, amanhã to indo pra São Bento do Sapucaí e só volto semana que vem" não tem preço. Estávamos de rei na capital carioca rodeado de pedras pra escalar.

Passagem dos Olhos, Pedra da Gávea


    Começamos a brincadeira indo pro pão de açucar, objetivo: Lagartão. Mas como falei no texto anterior, quando escalo com o Bruno o planejamento é só um motivo pra botar o pé na estrada porque é pelo caminho que decidimos. E foi o que aconteceu quando olhamos a Chaminé Galloti D3 5º VI (A0) E3 270m (hoje penso, porra porque não entramos no Lagartão né) quem já escalou ela sabe do que estou falando. Esfrega esfrega, aperta, passa, respira, escorrega, reza e cume com aquele chopp gelado curtindo o visual do Rio lá de cima e descendo de bondinho vendo um dos próximos objetivos.
Início da Secundo 
    O objetivo era aclimatar no Rio, não entrar em vias punks, curtir um pouco mais e se acostumar com o granitão dos bãos (minha escola são as fendas verticais de arenito, nada a ver com o Rio).
cordada crux da Secundo
    Partimos pra Gávea pra fazer a linda passagem dos olhos D1 3ºIV C E2 150m, visual incrível do Rio, o mais lindo que ví. Enquanto escalávamos 3 base jumper passaram assuviando do nosso lado, alucinante a sensação de ver os caras passarem caindo do seu lado e aguniante os segundos que passaram quando o terceiro não conseguiu se afastar da parede e só começou muito próximo de uma rampa. (uma semana antes um base jumper tinha morrido saltando da pedra da Gávea).
Corcovado
Visual do final da K2 no Corcovado
 








 Dia seguinte Foi a vez do Corcovado pela clássica e linda, também, K2 D2 4ºV E3 150m. Escalada incrível, mas, como em muitos lugares no rio, com os benditos grampos ao lado de fendas.
   A escalada já estava fluindo perfeita, aclimatado, ai entramos na Secundo costa Neto D3 5ºVIIa E2  270m. Essa via é um tesão, visual massa e escalada vertical e bem variada, chaminé exposto, diedro, regletera, agarrões...
Diogo guiando a Chaminé da unha 
Até que o Diego Botafogo mandou uma mensagem e marcamos de nos encontrar numa academia de escalada no Botafogo e no dia seguinte, cedinho, estávamos nos encontrando novamente na rodoviária do Rio pegando o bonde pra Petrópolis. Na rodoviária de Petrópolis encontramos o Diogo Chazan (não estava combinado) e combinamos de escalar tudo que era possível e no mesmo dia já estávamos bivacando no Paquequer numa noite fria de doer, mas eu estava com o saco de dormir patagônico e acordei suado enquanto a galera não dormiu a noite do frio, não ví nada, rááá.


Agulha do Diabo
O paquequer é um local pequeno que deve caber 2 barracas e fica a caminho da agulha do diabo, mas ficamos 2 em redes e 2 apenas com o isolante térmico.



famoso lance do cavalinho, só que não.
   












Acordamos antes do sol e partimos a caminho da Agulha do Diabo, cerca de 30 minutos de caminhada e já estávamos na base e as 08:30h da manhã estávamos sentados no cume da agulha contemplanto o início da manhã no incrível vale.


Pequeno cume da Agulha do Diabo, ou pico fastama como chamavam antigamente.

A Agulha do Diabo está entre as 15 escaladas mais lindas do planeta, realmente impressiona muito. Para chegar nela exige uma boa aproximação vindo da entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Teresópolis, cerca de 4 horas de caminhada num ritimo frenético e o trecho final a descida pra geladeira e subida novamente para a base é punk, estilo algumas aproximações na Serra Catarinense.
Cume da agulha com a galera mais alto astral
    Ficamos cerca de 1 hora no cume, curtindo o visual e a viagem. De lá viamos o próximo objetivo do dia, ao longe a Verruga do Frade era só uma pedrinha no cume de uma montanha.
   Na volta passamos pelo Paquequer, pegamos os apetrechos que deixamos por lá e descemos pela travessia da neblina até a base na Verruga do Frade. Não sou um expert em chaminé e escalar aquilo foi sofrimento puro, mesmo de segundo. Aliás, não era um expert porque depois desta passagem pelo Rio escalar chaminé ficou moleza, kkkk.

Diego abrindo os rapéis
Mais curtição no cume, comemoração com a galera e o pau pegou pra baixo pra chegar rápido na primeira pizzaria de Teresópolis.      
Dia seguinte tinha mais e a diversão continuou do mesmo nível de qualidade e diversão.
Diego e Diogo na ponta da unha
Pedra do Frade
Inicio do Chaminé do Frade
Diego e Diogo no chaminé do Frade
 
 Partimos do camping do parque em direção ao Dedo de Deus, visual incrível do Dedo visto da estrada, imponente. Se não me engano em 40 mi
nutos estávamos nos cabos de aço que tem em uma rampa onde dá acesso a agulha.
Dedo de Deus


Chegamos na base e tocamos pra cima as duas primeiras cordadas desencordados, o Bruno saiu correndo na frente e estava com a corda enrolada nas costas, não teve a segunda opção.
A briga pra chegar primeiro no cume.






O trecho é fácil, mas parei pra colocar a sapatilha porque a exposição é imensa, cerca de 400m. Rapidinho estávamos no cume e de cabeça feita com a qualidades das escaladas. Já estava certo que a viagem estava ganha, escaladas lindas nas vias mais clássicas do Rio num estilo massa, escalando sem pressão nenhuma, sem pressa, curtindo o visual mas escalando rápido ao mesmo tempo.













Cume do Dedo de Deus
Na real escalar rápido não é sair correndo na parede, basta não perder tempo. E não perdemos tempo mesmo porque descemos do Dedo de Deus embarcamos na caranga do Diego e partimos em direção a tão esperada Salinas. Mas a continuação da história fica pro próximo post. Salinaaaassss.








































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